Love, Drugs & Rock n' Roll - Capítulo III

[Michael MacMillan]


Mia e eu sentámo-nos num banco de madeira. Não sabia qual seria a expressão da minha cara. Limitei-me a ficar calado enquanto pensava um pouco.
Não valia a pena dizer que aquilo era amor. No fim de contas, apenas tinha tido um único vislumbre daquela miúda. Sim, a rapariga era gira. Sim, havia algo que me cativava nela e na sua aparência enigmática. Mas o mesmo acontecera com Mia um tempo antes. E no fim de contas, não passara de uma atracção física. Não estava disposto a aceitar que fora daquela vez que o bicho do amor me mordera.
Sentia os olhos de Mia pousados em mim. Levantei o olhar e os nossos olhos encontraram-se.
Geralmente, as raparigas desviavam imediatamente o olhar dos meus olhos azuis. Mas Mia era diferente. Suportava o meu olhar como ninguém, e retribuía-me o olhar com a mesma intensidade. Por vezes, julgava que conseguíamos falar apenas através dos olhos.
"Que se passa?" parecia dizer a sua expressão facial.
"Nada."
"Vá lá, não sejas parvo. Eu conheço-te." os seus olhos semicerraram-se, como se tivesse por momentos zangada.
"Já te disse que não é nada."
Ela suspirou, quebrando o silêncio e olhou para o lado.
- Não te apetece ir para a tua aula?
Não lhe respondi. Olhei para o chão da calçada à minha frente, a tempo de ver um salpico de água cair para lá. Tinha começado a chover.
- Sabes o que me apetece? - perguntei, distraído.
- O quê?
- Ir à praia.
Ela arregalou os olhos, no momento em que a chuva começava a cair com mais intensidade.
- És doido. Está a chover.
Sorri-lhe, divertido.
- Por isso mesmo.
Ela sorriu-me de volta e deu uma pequena gargalhada. Levantou-se mesmo antes de mim e pegou-me na mão, para me ajudar a levantar, ainda que eu fosse bastante mais alto que ela.

[Thomas Sidhe]


Aquela gaja nova tinha algo de especial. Para além das suas curvas de musa e das belas pernas que ela mostrava com aquela mini-saia sexy, havia algo hipnotizante.
Estava atrás dela enquanto ela se dirigia para a sala de aula. Nunca me senti tão agradecido por estar na Área de Ciências. Eu era um azelha, e sabia-o. Os meus pais tinham-me obrigado a escolher aquilo, porque queriam que eu "tivesse um bom futuro garantido". Yah, yah. Eu conhecia de trás para a frente esse discurso cliché.
O meu pai estava fora do país, a trabalhar como CEO de uma empresa qualquer. A minha mãe estava em casa, a viver completamente às custas do meu pai, como se fosse uma rainha. Dizia-me sempre "Se eu tivesse  aquilo que tu tens agora, tinha tirado um curso e estaria neste momento a trabalhar para ajudar o teu pai.", mas eu sabia que era mentira. Via a sua expressão de prazer quando chegavam a casa as encomendas de Paris, Amsterdão ou do Japão, cheios de casados de peles, antiguidades e porcarias do género, endereçadas à sua pessoa. Via a satisfação dela quando chegava um cheque chorudo a nossa casa, e a sua prontidão para ir ao banco receber o seu dinheiro. Gostava de não fazer nada e receber tudo em troca.
Eu era assim. Acreditava que, se a burra da minha mãe o conseguira, eu também conseguiria viver à grande e à francesa, sem grandes esforços.
Por mais que os adultos nos tentassem dizer que o nosso futuro era decidido na escola, eu sabia que não o era. Sabia que o mundo lá fora era diferente do mundo em que todos os melhores alunos eram protegidos pelos papás e pelos professores babados pelas suas capacidades. Lá fora, era a sorte ou o azar que decidiam o nosso destino, e não o facto de se tirar um dezanove ou um vinte a determinada disciplina.
A rapariga entrou na sala e sentou-se numa das mesas livres. Enxotei um cromo qualquer de uma mesa, e sentei-me atrás dela.
- Olá miúda. - disse eu, fazendo o meu sorriso mais sedutor.
Normalmente aquele truque funcionava. Era fácil saber se elas estavam ou não interessadas em mim. Se elas se virassem, me sorrissem e cumprimentassem, estavam completamente interessadas e seria só uma questão de tempo até tê-las a comer na palma da minha mãe. Se olhassem para trás e me ignorassem, ainda me estavam a avaliar, ou eram simplesmente tímidas. Em qualquer dos casos, consegui-a tê-las também. Se elas olhassem para ti, fizessem gestos obscenos, praguejassem ou fizessem caretas, então o melhor era afastar-me e tentar de novo mais tarde. Normalmente, há segunda ou terceira vez cediam.
Esta ignorou-me por completo. Pareceu nem me ter ouvir, e eu sorri para mim mesmo.
Aquela estava a fazer-se difícil. E eu gostava de desafios.

[Michael MacMillan]


Mia sentou-se a meu lado na areia húmida. Abri a minha mochila, que para além do material de Matemática, tinha apenas o equipamento de física, e coloquei o meu casaco lá dentro. Se por acaso começasse a chover mais, o meu casaco estaria sequíssimo.
Senti o cheiro a tabaco quando estava a fechar a mochila. Ergui o olhar para Mia que olhava absorvida para o mar, com um cigarro entre os lábios. Sempre tivera aquele vício, desde que a conhecia. Geralmente, fumava um único cigarro de manhã. Quando fumava mais que um, ou se encontrava nervosa, ou havia algo a pesar-lhe na mente.
- Quantos cigarros fumaste esta semana? - perguntei, tentando que ela percebesse a indirecta.
Ela sorriu, sem retirar o olhar do mar. A sua perna abanava freneticamente.
- A vida é demasiado curta para contar quantos cigarros fumo. - retorquiu.
Sorri-lhe de volta. Aquela resposta era mesmo "Mia". Ficámos em silêncio durante uns momentos. Eu a olhar para ela, ela a fumar o seu cigarrinho enquanto olhava para o oceano que reflectia os tons cinza do céu. A chuva intensificara-se entretanto, mas nem isso me dava vontade de sair dali.
Mia acabou o seu cigarro e olhou para mim.
- Então... A rapariga era gira, não era? - o seu tom era completamente inexpressivo.
- Era girinha.
Não sabia onde ela queria chegar com aquela pergunta.
Normalmente, eu falava com ela sobre tudo, até mesmo de raparigas. Do mesmo modo que ela falava comigo sobre rapazes. Não eram conversas que me agradassem muito, e podia ver que ela também evitava conversas do tipo. Sabia que ela só falava comigo quando precisava mesmo de desabafar do mesmo modo que eu só falava com ela quando alguém me ficava na mente, fosse por alguma acção ou por um simples acaso. Mas nunca nenhum de nós puxava o assunto.
- O que tinha ela de tão especial?
Encolhi os ombros.
- Seios grandes e cintura fina, tal como o Thomas gosta.
E um olhar enigmático, facetas delicadas, um modo de andar demasiado elegante para qualquer rapariga da nossa idade, e um Je ne sais pas de encanto.
Claro que não disse a última frase em voz alta.
Ela riu-se.
- Claro que ele só se preocupava com as aparências. - ela encolheu os ombros. - E porque é que te dás ao trabalho de dizer "seios" em vez de "mamas"? Não estamos no colégio, Michael.
Dei uma gargalhada, sorrindo para ela. Pude ver que o seu ar sério já tinha desaparecido, e o sua expressão alegre que lhe era habitual tinha invadido o seu rosto. Olhou para o mar e levantou-se repentinamente.
Observei-a atentamente, curioso, enquanto ela descalçava as suas all star negras e as meias brancas com riscas pretas.
- O que vais fazer? - perguntei, mas ela ignorou. Olhou mais uma vez para o mar, inspirou e, do nada, correu até ao mar.
Mergulhou nele. Vestida. Com a chuva a cair e o vento a soprar.
Passaram-se uns segundos até a sua cabeça subir à tona. Ela acenou-me e fez gesto para que entrasse. Eu abanei a cabeça, repreensivamente.
- És doida! - gritei-lhe, sem ser capaz de parar de sorrir.
- Sempre fui! - gritou-me ela de volta, rindo-se. Ri-me também, e ela fez novamente um gesto para que entrasse. - Anda!
- A água deve estar gelada! - exclamei.
- Pois está!
Ri-me mais um pouco. Olhei para os meus ténis da Adidas, e descalcei-os rapidamente. Sem pensar muito corri até à água.
A água estava gelada, mas, de certo modo, sentia-me bem. A temperatura da água nunca fora problema para mim.
Vim ao de cima, permitindo-me respirar. Senti o meu cabelo loiro colado à testa, mas não lhe liguei. Olhei em volta, tentando ter um vislumbre de Mia. O meu coração saltou uma batida. Não a conseguia ver.
De repente, senti umas mãos quentes a prenderem-me os ombros e a puxarem-me para debaixo de água novamente. Quem quer que me tivesse agarrado, soltou-me prontamente.
Voltei à tona o mais rápido possível. A tarefa de nadar tornava-se mais difícil quando as roupas se colavam ao nosso corpo e se tornavam mais pesadas, prendendo-nos os movimentos. Fiquei aflito, antes de sentir o vento novamente a bater na minha cara e o ar a entrar-me de novo nos pulmões.
Mia olhava para mim, a rir-se. Lancei-lhe facas com os meus olhos, ainda que me sentisse aliviado por ver que não lhe acontecera nada.
- Bolas, Mia! - exclamei, retirando o cabelo da testa. - Assustaste-me.
Ela soltou mais uma gargalhada e nadou até a mim. Os seus cabelos, que húmidos pareciam negros, estavam à frente do seu rosto. Retirei-lhe as madeixas de frente da cara e ela fez uma careta.
- Não me toques! - disse ela, num tom de falsa indignação. Em seguida, atirou-me água salgada para cima.
E tinha começado o combate aquático.
Não sei ao certo quanto tempo ficámos lá, a rir como duas criança enquanto atirávamos água um ao outro. Só sei que passou demasiado rápido.
Foi daqueles momentos em que a alegria nos invade o espírito por completo e nada de mau nos pode possivelmente afectar, um daqueles momentos que me fazia sentir que a vida não era um desperdício, mas sim um passa-tempo. Daqueles raros momentos dos quais nunca nos fartamos.
Mia saltou novamente para cima de mim, e colocou-me por baixo de água. Desprevenido, abri os olhos. Sorri ao ver o pé claríssimo dela à minha frente. Ela estava mesmo a pedir aquilo. Coloquei a minha mão em redor do seu tornozelo e puxei-a para baixo. Em menos de nada, ela estava à minha frente, com os olhos violentamente fechados e a fazer caretas, devido ao susto. Dei-lhe dois toques no ombro e ela abriu os olhos, fechando-os logo em seguida. Aparentemente, não aguentava com a água salgada. Ainda assim, esboçou um pequeno sorriso, mantendo a boca fortemente fechada para que não saborear o sabor salgado daquela água.
Nadei até cima, para recuperar o ar. A chuva abrandara um pouco e o vento parara de soprar por completo. Ouvi um som, e soube sem ter de olhar, que Mia estava a meu lado.
- Vamos? - perguntei.
Não obtive resposta. Em vez disso, ela entrelaçou o seu braço no meu, deu-me um beijo na bochecha e começou a andar sem me largar.
Sabia-me bem a nossa proximidade. Sentir o calor do seu corpo a contrariar a temperatura fria da água em nosso redor. Olhei para ela pelo canto do olho, quando a água já nos dava apenas pela cintura. Sentia a minha camisola negra a colar-se ao meu tronco de um modo incómodo e Mia a estremecer a meu lado.
Algo dentro de mim sempre me dissera para nunca me afastar dela, desde a primeira conversa séria que tivera com ela. Algo me dizia para me colar a ela e não permitir que me deixasse. E eram nestes momentos em que tinha a certeza da veracidade das palavras da minha voz interior, e que dava realmente valor à nossa ligação. Decerto que, por mais raparigas que conhecesse, nunca teria uma amiga daquelas.
A imagem da rapariga da manhã atacou-me a mente, do nada. Abanei a cabeça, como se a conseguisse afastar dos meus pensamentos com aquele simples movimento.
Nesse momento, Mia olhou para mim, curiosa.

[Mia Roosevelt]


- O que se passa? - acabei por perguntar, após longos momentos de silêncio.
Ele abanou a cabeça mais uma vez e largou o meu braço.
- Nada, Mia. Nada.
Odiava aquilo. Odiava as respostas evasivas que me davam, especialmente quando a pessoa que me respondia era Michael.
Desde manhã que estivera estranho, distante, preso no seu próprio mundo. Desde o preciso momento em que vira a tal rapariga.
Não o podia censurar se estivesse a pensar nela. Eu tinha olhos na cara, tinha visto o quão bela ela era. E o Michael gostava de raparigas giras, como qualquer outro rapaz normal. E, para além disso, tanto eu como ele acreditávamos em amor à primeira vista, pelo que bem possível que fosse o caso.
Já há um ano e dois meses que estava mentalizada para o dia em que ele me contasse que estava apaixonado por alguém.
Claro, de certo modo temia esse dia. Sabia que quando esse dia chegasse, a minha única hipótese seria afastar-me dele, esquecê-lo. Até lá, ainda podia sonhar, ainda que no fundo soubesse que ele merecia melhor que eu, certo?
Se tivesse chegado o dia... Então ele que me contasse. Ele que acabasse logo com as minhas falsas esperanças e me colocasse nos eixos da realidade.
- Está tudo OK?
Foi a sua vez de me fazer perguntas.
- Está. Tudo óptimo. - menti. - Só preciso de mais um cigarro.
Ele esboçou um pequeno sorriso. Soube que ele sabia que eu estava a mentir, mas preferiu manter-se calado. Olhei em frente, sem querer ver Michael e as suas expressões ausentes, novamente.

[Michael MacMillan]

Ia para o terceiro cigarro, constatei. Ela desviou o olhar para a frente, como se estivesse farta de olhar para mim. Não duvidava que assim o fosse, estava a ser uma péssima companhia naquele dia. Ela não merecia aquilo.
Sem pensar, pus o pé à frente dela. Vi-a cair na areia e ri-me, ainda que mais pelo choque do que pela piada que tivera ver a sua queda. Ela virou-se para mim e riu-se também. E pronto, já conseguira trazer de volta ao "momento de felicidade imensa que supera qualquer circunstância!".
- Vá, eu ajudo-te a levantar. - disse-lhe, agachando-me. Estiquei-lhe a mão. Ela agarrou-a, mas, em vez de se içar, atirou-me ao chão. Ou à areia. O que lhe queiram chamar.
Acabei por ficar em cima dela. Numa posição um pouco estranha. Se fossem outras pessoas, poder-se-ia considerar uma posição "demasiado intima" - o meu corpo a prensar o seu contra a areia, as minhas mãos ao lado da sua cabeça, o meu olhar fixo no dela. Ainda assim, talvez estivesse a quebrar os limites que me tinha imposto.
Ficámos em silêncio durante segundos, a avaliarmo-nos um ao outro. Quando já nada mais para além das ondas do mar e do vento se ouvia, decidi dizer algo.
- Ficas linda com o cabelo salgado e cheio de areia. - comentei, na brincadeira.
Ela deu-me uma palmada no peito, enquanto ambos nos ríamos.
Levantámo-nos, ela foi para a sua aula (após vestir o meu equipamento de física para não entrar encharcada na escola) e eu fui para casa.
Já estava mais descontraído. Não havia nada a perturbar-me a mente no momento em que passei pelo portão principal da minha casa. Em frente à garagem estava o carro da minha mãe estacionado. Deveria ter ficado por casa.
A minha mãe estava no Hall de entrada, a olhar para o relógio. Quando passei pela porta, ela limitou-se a olhar-me de cima abaixo, sem fazer algum comentário sobre o facto de me estar a baldar às aulas.
- Vai mudar de roupa, querido. - disse ela, inexpressivamente. - Estás a molhar a entrada.
- Sim, mãe.
Fiz o que ela me mandou. Nem me perguntara o que tinha acontecido para lá estar, não me dera nenhum raspanete sobre a minha falta de assiduidade escolar, não questionara o que me passara pela cabeça por ter saído à chuva, não me perguntara se estava com frio e se estava ou não a ficar constipado. Típico da senhora MacMillan.
A minha mãe ainda estava no Hall de entrada, quando desci as escadas, com roupas secas e mais quentes, de pantufas, sem fazer qualquer intenção de sair de casa novamente. Tinha as chaves na mão, e um guarda-chuva no outro.
- Desculpe, mas a mãe não deveria estar a trabalhar? - questionei, encostando-me à parede. Ela sorriu ligeiramente.
- Temos nova vizinhança, Michael. - disse ela. - Vou ajudá-los a fazer as mudanças. - examinou-me de cima abaixo. - Não queres vir comigo, uma vez que preferes ficar a fazer ronha em casa? Já agora, porque motivo cá estás, mesmo?
Ah, então afinal sempre reparava em algo. Fiquei a olhar para os olhos verdes da minha mãe durante uns segundos, perscrutando a sua expressão. Foram precisos apenas dois segundos para que ela desviasse o seu olhar.
- Doía-me a cabeça. E os professores falam demasiado alto.
Não era completamente mentira. A minha directora de turma, por exemplo, devia ter uma pequena surdez, visto que falava a gritar, mesmo quando não estava zangada. Já ficara de facto com dores de cabeça à sua custa, mas não achara isso motivos suficientes para faltar às aulas.
A minha mãe assentiu com a cabeça, informando-me de que a minha justificação era aceitável. Já conhecia a sua expressão corporal. Ainda que ausente, continuava a ser a minha mãe. E lá no fundo, lá bem no fundo, sabia que ela se preocupava comigo e com Jane. Ainda tinha fé de que a senhora Henriette MacMillan, empresária de sucesso, sentia algum afecto por algo que não fosse a sua profissão.
- Vens? - perguntou, abrindo a porta. A chuva tinha cessado. Olhei para as minhas pantufas pretas, e encolhi os ombros. Íamos ser vizinhos, certo? Assenti com a cabeça e segui-a.
A minha mãe estava certa, tínhamos mesmo vizinhança nova. Três casas abaixo da nossa, estava um camião de mudanças, e homens fortes a transportarem a mais diversa mobília.
- Desculpe! - gritou a minha mãe, dirigindo-se a um dos homens. Este olhou logo para ela. - Onde estão os donos da casa? Estão por aqui?
Ele assentiu com a cabeça.
- Só está aqui a senhora. Eu posso chamá-la se quiser.
- Sim, por favor. - respondi eu, pela minha mãe e esbocei um sorriso sincero ao homem.
Ao fim de uns segundos, já o homem saía de dentro da casa. Saía com mais uns quantos homens, mas não havia qualquer sinal de uma pessoa do sexo feminino. Ele fez sinal para que aguardássemos mais um pouco. Ao fim de quase um minuto, lá saiu uma mulher.
Bolas. Era igualzinha à miúda da escola.
Bolas. Eu e a rapariga misteriosa íamos ser vizinhos.
Maldito fosse aquilo a que as pessoas chamavam Destino.